terça-feira, 27 de abril de 2010

Um tempo que não precisei.

Eu preciso de um segundo pra saber se estou existindo hoje, porque os dias em que não penso simplesmente passam em branco, passam à sós, e eu realmente tenho deixado de pensar em você. Logo você que foi meu melhor amigo, meu mais simples amor, e agora eu estou quebrando todas as nossas promessas, contando vantagens, olhando você caminhando sozinho entre as arvores do mais escuro bosque, e eu acho que foi lindo tudo o que a gente fez; mas eu preciso respirar. Mantenho-me respirando agora, lembro-me que a gente costumava conversar sobres os lugares que visitariamos, mas eu já não acredito mais nisso, você estava com os olhos cheio de amor derramado, você chorou mas não verdadeiramente, e depois talvez seja só uma fase; eu encontrei você caminhando por entre as arvores, e eu estou respirando só agora, respirando a mais pura realidade, porque você não vai voltar, você não pretende voltar porque não há como você voltar; e eu estou aqui enquanto você sente minha leve respiração, meu corpo queima como se o inferno todo se encontrasse dentro de mim, e eu estou aqui, e você também, mas nós não estamos juntos, eu vejo você caminhar para lugar algum e chegar à algum lugar... te vejo morrer nos meus braços e a culpa é minha por não ter ido salvar você naquela noite. A culpa é daquele segundo que eu precisei pra pensar em mim e não dei a nova chance que você implorou pra mim. Sozinha em meu quarto vazio, agora. Nada mais sobrou além das memórias de quando eu tinha meu melhor amigo; e eu não sei como terminamos aqui! Eu não sei, mas isso nunca pareceu muito claro; nós cometemos um erro, meu caro, isso é fato. E agora, tudo o que eu vejo é o vidro quebrado à minha frente. Eu vejo sua sombra pairando sobre mim e seu rosto, eu posso ver.
Por entre as árvores eu te encontrarei; e curarei as ruínas deixadas dentro de você, porque eu ainda estou aqui, respirando agora... Mas até eu me libertar, vá calmo por entre as árvores.
E eu estou aqui, agora, mas você não está voltando.

Abolindo a própria raça.

O desaparecimento de florestas no Brasil é causado por três fatores principais:
•obtenção de solo para a agropecuária,
•indústria madeireira,
•e a especulação imobiliária.
Isso ocorre por dois principais motivos:
•falta de conseqüência ambiental,
•fiscalização escassa do governo sobre o cumprimento das leis.

E como se fossemos mudar o foco por completo existe também a citação das queimadas, da ligeira urbanização, das inundações, tissunames, furacões, alagamentos, terremotos, todos estes supostamente sem explicações imediatas. O problema fatal, é que o ser humano não observa o que possui no seu dia-a-dia, nas horas vagas onde caminha pela rua e joga um papel no chão, ou até mesmo quando sai e não se lembra que o meio em que vive só existe e só é tão estável quanto vê, não porque o homem criou, mas esquecem que um dia o universo fora criado e que nós, seres supostamente racionais, o modificamos em busca de autobeneficiarmos, sem saber que nos autodestruiriamos; é o homem matando o homem com as atitudes mais diretas e indiretas que possam existir.
Consciência ambiental nunca é demais! Pense...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Literalmente transparente.

Diziam por aí que eu falava com o ar, e ninguém podia ver o que eu amava amar, eu gostava dos sonhos, dos sons, dos beijos, dos projetos, das dicas, de todas as coisas que pudessem existir comigo mesma, e o mundo inteiro duvidava e ria, eu amava e não percebia.
Eu gostava do sexo, da falta de nexo, das crianças correndo, da gente abraçado, de todo mundo ao nosso lado, tudo. Mas ninguém deixou-nos viver em paz; faltou o ar, digo, faltou você, sobrou o ar.
Então eu tinha planos futuros desmoronando denovo, me senti mal, só, sozinha, e estava de fato, sempre estive...
Imaginava coisas, sonhava coisas, escrevia coisas dos outros que eram minhas, fiz da vida uma piada, eu era feliz porque me fazia feliz, amava alguém me amando, queria alguém me querendo, querendo a mim mesma, o corpo era fantástico, era o ser dos meus sonhos.
Literalmente, acreditem, pois eu também acreditava.
Eu gostava daquele toque louco, das palavras que eu pronunciava e que só eu, unicamente, ouvia... Amava.
Descobri que amava me amando, criei você pra mim, fui feliz por muito tempo, mas custei a descobrir que estava amando só a mim.
Eu era única, sutil, e você só existia por mim, pra mim.
Não gostava dos meus amigos, era proxima demais, sabia tudo sobre a minha vida, sabia até demais, as vezes até mais que eu. Eu que nunca parei pra observar ao meu redor e amar o resto do mundo, larguei tudo, voltei a uma rotina que eu tomava à anos passados, será que valia a pena? Não sei... Você dizia que sim, você me contava o que eu fazia, você me dizia o que fazer, como agir... Um amor exatamente como eu... Imaginava.
Um amor IDEAL, o problema é que ser ideal vem da palavra idéia e a idéia nunca sai da cabeça, não transporta-se para o meio, a menos que você a crie, mas é algo SOMENTE SEU, os outros não mantém contato.
Eu te amo, eu te amava amando a mim mesma, eu te amo porque você é ideal, é a minha idéia, só eu te vejo, só eu te ouço... Meu amor tão imaginado... Você? Minha consciencia. Um amor imaginário.
É tão estranho sonhar assim quando não se possui nada, quando não se sonha com nada, vive-se em seu próprio mundo, é tão estranho isso tudo... E o seu subconsciente te devora, te abraça, te faz arregaçar as mangas, você sonha com aquilo tudo o que sempre quis transforma isso na sua realidade e vive com isso pra sempre... Talvez amar seja isso, talvez amar seja um meio de enganar-se, mas enganar-se faz tão bem, estamos aqui exatamente para isso.
E eu estou disposta a te imaginar quantas vezes for preciso...
Ainda que eu perca tudo aquilo que a sociedade chama de juizo.

Invisível? Não pra mim.