sexta-feira, 2 de abril de 2010

Literalmente transparente.

Diziam por aí que eu falava com o ar, e ninguém podia ver o que eu amava amar, eu gostava dos sonhos, dos sons, dos beijos, dos projetos, das dicas, de todas as coisas que pudessem existir comigo mesma, e o mundo inteiro duvidava e ria, eu amava e não percebia.
Eu gostava do sexo, da falta de nexo, das crianças correndo, da gente abraçado, de todo mundo ao nosso lado, tudo. Mas ninguém deixou-nos viver em paz; faltou o ar, digo, faltou você, sobrou o ar.
Então eu tinha planos futuros desmoronando denovo, me senti mal, só, sozinha, e estava de fato, sempre estive...
Imaginava coisas, sonhava coisas, escrevia coisas dos outros que eram minhas, fiz da vida uma piada, eu era feliz porque me fazia feliz, amava alguém me amando, queria alguém me querendo, querendo a mim mesma, o corpo era fantástico, era o ser dos meus sonhos.
Literalmente, acreditem, pois eu também acreditava.
Eu gostava daquele toque louco, das palavras que eu pronunciava e que só eu, unicamente, ouvia... Amava.
Descobri que amava me amando, criei você pra mim, fui feliz por muito tempo, mas custei a descobrir que estava amando só a mim.
Eu era única, sutil, e você só existia por mim, pra mim.
Não gostava dos meus amigos, era proxima demais, sabia tudo sobre a minha vida, sabia até demais, as vezes até mais que eu. Eu que nunca parei pra observar ao meu redor e amar o resto do mundo, larguei tudo, voltei a uma rotina que eu tomava à anos passados, será que valia a pena? Não sei... Você dizia que sim, você me contava o que eu fazia, você me dizia o que fazer, como agir... Um amor exatamente como eu... Imaginava.
Um amor IDEAL, o problema é que ser ideal vem da palavra idéia e a idéia nunca sai da cabeça, não transporta-se para o meio, a menos que você a crie, mas é algo SOMENTE SEU, os outros não mantém contato.
Eu te amo, eu te amava amando a mim mesma, eu te amo porque você é ideal, é a minha idéia, só eu te vejo, só eu te ouço... Meu amor tão imaginado... Você? Minha consciencia. Um amor imaginário.
É tão estranho sonhar assim quando não se possui nada, quando não se sonha com nada, vive-se em seu próprio mundo, é tão estranho isso tudo... E o seu subconsciente te devora, te abraça, te faz arregaçar as mangas, você sonha com aquilo tudo o que sempre quis transforma isso na sua realidade e vive com isso pra sempre... Talvez amar seja isso, talvez amar seja um meio de enganar-se, mas enganar-se faz tão bem, estamos aqui exatamente para isso.
E eu estou disposta a te imaginar quantas vezes for preciso...
Ainda que eu perca tudo aquilo que a sociedade chama de juizo.

Invisível? Não pra mim.

2 comentários:

  1. Nossas,.. quantas devagações, espero que tudo caminhe para um final feliz!
    Inté!

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  2. Adorei o blog,
    já estou seguindo =D

    beiijo,
    *.*

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