terça-feira, 25 de maio de 2010

Produto descartável

Como tu ousas gritar aos meus tímpanos que a vida não dói?
Como ousas mentir para si mesmo e enganar aqueles que se deixam influenciar?
Teria você um cérebro pensante? Não! É fato que não.
Dói a minha alma saber meias verdades das pessoas que me cercam, a soma das bobagens traz consigo um número tão absurdo de farsas que indigna-se e pesa sobre meus ombvros a prioridade que o ser humano dá às suas futilidades e aos pensamentos cínicos...
Parto-me...
Dirijo meu corpo à um país, parto-me.
Parto para lugar algum, alucinógenos me mantém firme, leve; porém firme, sorridente e confiante. O gás estranho faz com que as paredes escuras tenham um colorido intrigante, as flores tão cheias de um perfume forte, o qual só eu sinto e ninguém que não possua na boca um doce fel entende o que eu digo; é indescritível quando o mundo todo lhe sorri com falsidade, é uma sensação de percepção inexata onde a dor do parto me parte. E agora partindo estou, porque sinto além, sinto agora a dor de partir. A saudade...
E os teus olhos tão vulgares, o que me dizem?
Porque és tu tão fugaz?
Eles me seguem o dia inteiro, e quando a lua chega ao céu eles conseguem me encontrar num bar, com um vinho barato, um cigarro no cinzeiro e a minha cara vejo pelos teus olhos me fitando embriagada no espelho do banheiro.
Teus lábios são labirintos, que atraem meus instintos mais sacanas e o teu olhar distante sempre me engana; eu sigo tua pista todo dia da semana...
Eu que falei "nem pensar" agora me arrependo roendo as unhas, frágeis testemunhas de um crime sem perdão. Mas eu falei "nem pensar". Eu fui sincero como não se pode ser, um erro assim tão fugaz nos persegue a noite inteira e quando acaba a bebedeira ele consegue nos achar.
Eu já não sinto alguém como você por perto; sinto apenas os teus olhos passando por mim, e eles se partem ao meio, eles me matam, distanciam=se de mim, mas me observam, o tempo todo.

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