quarta-feira, 31 de março de 2010

Ela não sabia que sofria.

Essa noite, pedi uma estrela.
Eu que nunca tive nada, nada que me motivasse, nada.
Pedi uma estrela pra que fosse minha, não que ela precisasse cair do céu; mas eu queria poder chamá-la de minha estrela; então implorei que fosse minha.
Decepcionei-me... Não a tive em mãos nem em céu; não fui nem sou dona de nada, nem sequer da minha liberdade.
Já quis um dia muito mais, já quis a lua, o sol, a terra; mas aí eu concordo que seria pedir muito.
MUITO MESMO!
Sempre sonhei alto, sempre quis coisas de grande porte, nunca fui apenas uma criança inocente, sempre soube além do que uma criança deveria e poderia saber; amadureci precocemente, e sofri com isso; EM TODOS OS SENTIDOS.
Sofri mas conquistei muita coisa, mas nada que valesse suficientemente a pena de ter perdido uma infância quase que por completo.
Conquistei e desconquistei muita gente, mas a estrela que eu nunca tive me seguia o tempo todo.
Já quis muito, tive pouco, quis pouco tive muito.
Escrevi uma frase, formulei uma carta, enviei para alguém sem endereço e sem nome, e fui correspondida, apostei no buraco negro e dele surgiu a terra após ser chocada com o big-bang.

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